The Cumming of Jizzus

The Cumming of Jizzus é uma versom algo subida de tom de The Coming of Jesus, livro também conhecido como a Bíblia

jizzus

P.S. Tanto a primeira ligaçom como a segunda podem ferir certas sensibilidades opostas.

Les copains d’abord

de George Brassens

Nom, nom é a balsa
Da Medusa
, este barco

Saibam que no fundo do porto, no fundo do porto
Ele navegava tranquilamente
Sobre as águas do “Quê dirám?”
E chamava-se “Primeiro os Amigos”
Primeiro os amigos

Os seus fluctuat nec mergitur
Nom eram literatura
Nom desgostava os agoureiros, os agoureiros
O capitám e os seus marinheiros
Nom eram uns filhos-da-puta
Senom bons amigos desinteressados
Primeiro os amigos

Nom eram amigos do luxo
Pequenos Cástor e Pólux,
Gentes de Sodoma e Gomorra, Sodoma e Gomorra
Nom eram amigos escolhidos
Por Montaigne e La Boëtie
Davam-se boas palmadas no bandulho
Primeiro os amigos

Também nom eram anjos
O evangelho nunca o leram
Mas queriam-se a toda máquina, a toda máquina
Jean, Pierre, Paul e companhia
Era a sua única ladaínha
O seu Credo, o seu Confiteor
Primeiro os amigos

Ao menor aviso de um Trafalgar
Era a amizade a que se punha em guarda
Era ela a que lhes mostrava o norte, lhes mostrava o norte
E quando estavam em perigo
E os seus braços lançavam S.O.S.,
Pareciam farois
Primeiro os amigos

Nos encontros dos bons amigos
Nom costumava haver ausentes
Quando um deles nom subia a bordo
Era porque já morrera
Sim, mas nunca, nunca jamais
Desaparecia o círculo que deixara na água
Cem anos depois, cabrom com sorte,
Ainda o achavam de menos

Eu tenho andado em muitos barcos
Mas o único que agüentou
Que nom mudou de rumo, mudou de rumo
Navegava tranquilamente
Sobre as águas do “Quê dirám?”
E chamava-se “Primeiro os Amigos”
Primeiro os amigos

“Muy nuestro”

A primeira vez que fum a Sevilha, os meus anfitriões levaram-me a um pub de ambiente étnico no bairro de Triana, onde as paredes estavam decoradas com imagens da virgem Macarena e os clientes começavam as suas manobras de engate bailando María del Monte. Nada diferente do Avante ou o Tarasca, se o pensamos bem. Creio recordar que o nome do local era Lo Nuestro, e suponho que lembei esta bizarra experiência nocturna ao saber que a Junta Eleitoral Central proibiu o slogan Muy nuestro na campanha institucional sobre o referendum do Estatuto andaluz:

Existem versões do anúncio protagonizadas por María Teresa Campos, por Jesús Hermida e polo porteiro de Aquí no hay quien viva (nom vou buscar agora como se chama), mas eu escolho sem duvidar a de Andy y Lucas porque gostei do jeito em que estes dous falam de “favorecer nuestra independencia”. Referem-se à independência económica dos jovens, é claro, mas eu nom me resisto a pensar que se trata de uma piscadela de olhos à mocidade independentista andaluza, que nom gosta mesmo do novo Estatuto:

Estes herdeiros ideológicos do meu admirado Blas Infante nom parecem estar muito longe, em termos estéticos, de colectivos análogos galegos. Talvez o mais chocante, aos nossos olhos cheios de preconceitos, seja o uso desacomplexado que estes meridionais fazem da música de Braveheart, algo que na Galiza seria visto como freaky mesmo por parte dos mais convictos celtistas.

E para finalizar com esta incursom polo áudio-visual estatutário andaluz, vou recomendar este vídeo dos secesionistas almerienses:

“En Almería no bailamos sevillanas, no comemos ‘pescaíto frito’, no salimos en el parte meteorológico de Canal Sur”. Esqueceu-lhes dizer que, na cançom dos Pogues, Francisco Vasques Garcia was welcome to Almeria, not to Andalusia.

E vendo o jogo que lhes dá aos andaluzes… nom dá um pouco de mágoa que nós nom vaiamos ter referendum sobre o novo Estatuto? Ainda que fosse para votar nom.

Automóveis procazes

Um dos factos marcantes da minha infância oitenteira era ver chegar, todos os verãos, os meus parentes emigrados na Alemanha num flamante Opel Ascona. Nos actuais tempos de Astras e Merivas, som os japoneses os encarregados de nos deleitar com a sua automoçom procaz. Começárom polo Mitsubishi Pajero (na Espanha rebaptizado, por motivos óbvios, como Mitsubishi Montero) e agora surpreendem-nos com estes dous mini-carros:

laputamoco

O Mazda Laputa, em branco, e o Nissan Moco, como nom, em verde.

“O Moco podes metê-lo em qualquer sítio” ou “Laputa está desenhado para suportar impactos frontais” serám frases recorrentes a partir de agora.

Grathanks, Dio!

Blogomorgue

blogomilho

Adaptaçom livre de uma camiseta que Carabassa topou em Boing Boing.

PhotoShop is the new Pygmalion

Afinal Ana Maria mostrou as suas armas e o povo dividiu-se. Eu súper-a-favor, com certeza. Nada mais bizarro para começar o ano que uma boa dose de artificiosa perfeiçom. Corpos normais convertidos digitalmente em corpos de calendário. Nasceu a Galateia futura:

Antes:

before

Depois:

after

Mais imagens aqui.

Hóstia com Nutella

nutella

È possibile connotare con una maggiore convivialità la celebrazione eucaristica? Esta é a provocaçom de cristoecioccolata.com, que propom uma evoluiçom gastronómica da liturgia católica. A primeira receita sugerida é uma básica hóstia com Nutella. Ao final da apresentaçom, os utilizadores som convidados a mandarem um correio electrónico à hierarquia eclesiástica para que tenha em conta estas inovações gastronómico-litúrgicas. Quem sabe se Bento 16, para honrar as suas origens germânicas, nom decidirá substituir o vinho por cerveja?

Apostas para o próximo atentado?

billboard

Quem esteja farto de arriscar dinheiro na bolsa ou de jogar à lotaria pode ter aqui uma boa alternativa: Where-Next.com permite-lhe apostar onde será o próximo atentado terrorista. Os que indiquem no mapa a situaçom mais próxima do vindouro atentado receberám, no mínimo, uma camiseta.

Já há bastante tempo que Where-Next.com existe – graças aos colectivos italianos Molleindustria.it e Guerrigliamarketing.it – e, apesar das críticas que recebeu de diversos meios internacionais, aqui nom tivo muita repercussom. O jornal The Sun qualificou a página de ‘doentia’ e La Repubblica considera que é um jogo para fazer ‘previsões macabras’. De facto, a web está cheia de provocadoras possibilidades. Uma aplicaçom baseada na tecnologia do Google Maps permite eleger o local exacto onde se acredita que pode ter lugar o vindouro atentado. O sistema, ademais, deixa apostar polo tipo de acçom: será uma bomba de tempo? o sequestro de um aviom? um terrorista suicida? ou talvez um ataque biológico?

Por enquanto, para além das típicas e previsíveis bombas nos EUA ou Israel, reparei que alguém apostou num atentado em… Santa Cruz de Oleiros!, sem dar muitos mais pormenores. Provavelmente seja antes um desejo do que uma previsom… 😉

Tamazight das Canárias

As Canárias fôrom a primeira fronteira da colonizaçom ultramarinha espanhola e, igual que aconteceu no continente americano, a língua própria do arquipélago desapareceu por causa do “contacto” com os colonizadores, a partir do século 15. A dia de hoje, do guanche só ficam alguns topónimos e quatro palavras adaptadas aos particulares corunhos das Ilhas. Via Carabassa, descubro que agora há pequenos sectores, independentistas e reintegracionistas sui generis, que fazem esforços por introduzirem o tamazight, a língua bérber do norte da África que se considera emparentada com o antigo guanche.

E nom só querem recuperar a língua tamazight, mas também o seu antiquíssimo alfabeto, o tifinagh:

artenara

Panem et circenses

Tráiler do documentário Bread & Circuses – A Film about Os Mutantes, de Jeff McCarty.

Žižek e a Constituiçom europeia

zizek

A Alemanha assumiu este semestre a presidência de turno da Uniom Europeia (UE), afirmando o compromisso de voltar a colocar na agenda comunitária a malfadada Constituiçom europeia. Deixo aqui um texto do pensador esloveno Slavoj Žižek (a foto está tirada do documentário que leva o seu nome) sobre a matéria, que descobrim no blog 5 dias e me interessou muito no seu momento. Boa leitura!

Continuar a ler

YouTube como campo de batalha

O dia 16 de Dezembro de 2006, algumas organizações estadounidenses convocárom um dia de acçom contra a cadeia de cafetarias Starbucks pola compra pouco ética de café aos produtores etíopes. Oxfam decidiu subir ao YouTube um vídeo explicando a campanha:

Aos poucos dias, a Starbucks devolveu o golpe:

Seguinte movimento?

Tendas que fazem tremer os palácios

nice

Acampamento, ocupaçom: com as suas iniciativas de choque, os movimentos sem-casa obrigam os partidos políticos franceses a alterar os seus programas eleitorais. O presidente da República reconheceu o domingo à tarde a necessidade de «implementar um verdadeiro direito à vivenda que se poida reclamar perante os tribunais; fazer do direito à vivenda uma realidade».

Keep the scandinavian dick on the coins

As moedas de euro mudam de face para incluir no mapa os novos membros e Bossito e mais eu tivemos um brainstorming improvisado nos comentários de Chuza. Claro que a teima já nos vinha de velho: a ele e a mim. Queremos a Noruega na UE! Spam, spam, spam!

norway_is_europe

Podemos poner esto

abr

Gràcies Núria. Me moló.

Neuro-sci-fi

Na síndrome de Korsakoff, uma forma de amnésia onde o paciente já nom grava nada, se lhe perguntamos “o que aconteceu ontem à noite?”, em vez de responder “nom sei”, vai inventar algo, dizer que estava no cinema com um amigo por exemplo. O que é extraordinário, é que os pacientes neurológicos tornam evidente o que aprendemos de Freud: o lugar da ficçom nos nossos pensamentos e nos nossos discursos conscientes. Neles vê-se mais claro porque as suas construções som falsas. Mas fictício nom quer dizer falso. Simplesmente, quando é falso, é mais fácil de ver.

Esta crença-interpretaçom justifica amplamente a economia de nossa vida mental; cada um de entre nós está permanentemente elaborando hipóteses, construções, das ficções. À única verdadeira diferença, é que, quando uma pessoa está neurologicamente sã, as suas ficções estám restringidas polo real. Incorporamos os dados do mundo exterior para corrigir os nossos cenários, para actualizar as nossas ficções. A ficçom é a miúdo difícil de ver, mas aparece nas situações onde a realidade externa tem poucos efeitos: as lembranças antigas, as hipóteses sobre os extraterrestres, as crenças religiosas… Entom assemelhamo-nos mais aos pacientes que despregam suas interpretações ao relente da realidade.

Entrevista com o neurologista Lionel Naccache em Libération:
«Sigmund Freud errava pensando que descobrira o inconsciente. O que descobriu foi o consciente»

Consome até morrer

Tomei o título da campanha de Ecologistas em Acción, mas vou me referir à série de fotografias Drop Dead Gorgeous, da artista Daniela Edburg. Ambos projectos partem de pressupostos ideológicos idênticos (a crítica ao consumismo) e utilizam ferramentas retóricas semelhantes (a contra-publicidade ao estilo Adbusters). Mas é a fotógrafa estadounidense (residente em México) a que alcança uns resultados esteticamente mais acabados ao introduzir abertamente o conceito da morte, que vincula ao consumo de bolachas Oreo:

morte por oreos

Ou ao uso de champô Elvive, numa óbvia homenagem à Morte de Marat de Jacques-Louis David:

morte por elvive

Galeria completa, aqui.

Caetano al(i)terado

caetano

O ganesh da entrada anterior lembrou-me Rocks, a cançom que recentemente me reconciliou com um Caetano Veloso que, aos seus 64 anos, conseguiu ser um imaduro:

rocks [ouvir aqui]
tatuou um ganesh na coxa
chegou com a boca roxa de botox
exigindo rocks
animais metais totais letais
eu não dei letra
tu é gênia, gata, etc.
mas cê foi mesmo rata demais
meu grito inimigo é:
você foi mor rata comigo
você foi concreta e simplesmente
rata comigo demais
rata comigo demais
rata

Talvez ressurreiçom

ganesh

There are 200 million blogs which are no longer being updated, say technology analysts.

100 things we didn’t know last year, BBC Magazine

Mariscadoras

mariscadoras

As mariscadoras som essas silhuetas que podemos ver no mar nos primeiros raios de luz do dia e que em realidade som mulheres trabalhando.

Umha prática em perigo de se extinguir porque polo momento ainda nom conhecim a nengumha rapariga que de maior queira ser mariscadora.

A soluçom será trazer imigrantes, ainda que despois que pensarám os turistas ao ver o passeio marítimo cheio de despampanantes eslavas e romanesas com essas botas tam altas e séxis e com ferramentas que bem se poderiam usar para práticas sadomasoquistas?

O grande Zé em Fame & Fortune. Que difícil é seguir-che a pista, meu homem!